Nutricionista do Centro Médico São José de Cerquilho explica a complexidade dos transtornos alimentares e a importância do tratamento multidisciplinar
Estamos em junho, o mês da conscientização dos transtornos alimentares, um período para abordar um problema que afeta milhares de pessoas. A nutricionista Eliara Zanetti, do Centro Médico São José de Cerquilho, compartilha sua visão sobre a importância de compreender e tratar esses distúrbios de maneira multidisciplinar.
“Os transtornos alimentares são complexos e multifacetados, frequentemente associados a uma distorção da imagem corporal. Esse fenômeno, onde o indivíduo percebe seu corpo de maneira distorcida, pode levar a uma vida de dietas crônicas e à busca incessante por um padrão corporal irrealista”, pontua a nutricionista.
Eliara Zanetti destaca que essa autoimagem deturpada está ligada não apenas ao peso, mas também ao formato corporal, influenciando comportamentos prejudiciais como comer emocional disfuncional e episódios compulsivos alimentares.
A distorção da imagem corporal muitas vezes começa na infância e adolescência, alimentada por comentários negativos e padrões de beleza impostos pela sociedade. Questões socioculturais, biológicas, psicológicas, familiares e experiências traumáticas também contribuem para o desenvolvimento da anorexia, bulimia e compulsão alimentar. Portanto, é crucial abordar os transtornos alimentares como um problema de saúde pública que necessita de atenção e tratamento adequados.
Os transtornos alimentares são condições psiquiátricas que exigem um tratamento integrado, envolvendo psiquiatras, psicólogos e nutricionistas. A identificação precoce por qualquer um desses profissionais é vital para o diagnóstico e tratamento adequados, pois esses problemas podem afetar demais sistemas, provocando obesidade, diabetes, hipertensão e outra série de doenças graves.
“Essa distorção da imagem corporal frequentemente resulta em prejuízos significativos à saúde física e mental. Além disso, muitos não reconhecem a presença de um transtorno alimentar ou a distorção da imagem corporal, o que agrava o quadro”, enfatiza a nutricionista.
O acompanhamento nutricional de pacientes com transtornos alimentares não deve focar em dietas restritivas. A nutricionista do Centro Médico São José alerta que essas restrições, comuns durante a vida inteira dos pacientes, podem piorar a situação. Em vez disso, o tratamento deve incluir orientações alimentares equilibradas, evitando a “demonização” de alimentos e a contagem obsessiva de calorias.
“O número de pessoas diagnosticadas com transtornos alimentares tem aumentado, possivelmente devido a uma maior conscientização e melhores diagnósticos, além do impacto psicológico da pandemia e da vida agitada, que potencializa quadros de ansiedade e depressão.
A nutricionista relata que tem recebido um número crescente de pacientes com comer emocional disfuncional, um sinal de alerta importante para transtornos alimentares. Ela enfatiza a necessidade de desconstruir a visão de “dietas sistemáticas” e promover uma nova relação com a comida, além de incentivar a terapia psicológica para tratar as questões emocionais subjacentes.
Finalizando, Eliara Zanetti deixa uma mensagem positiva: cuidar da saúde alimentar é essencial para o bem-estar integral. Buscar tratamento e ajuda multidisciplinar é um passo fundamental para superar os transtornos alimentares. Seja na rede pública ou privada de saúde, é importante que os indivíduos saibam que não estão sozinhos e que há profissionais preparados para ajudar nessa jornada. A conscientização e o apoio são pilares fundamentais para a recuperação e a construção de uma relação saudável com o próprio corpo e a alimentação.
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