Dr. Otávio Muniz Filho (CRM: 195.108 - RQE: 84.797) cardiologista do Centro Médico São José de Boituva, fala sobre quando ir ao médico e pontua os principais exames cardíacos.
Em todos os lugares é comum ver e ouvir falar da importância de cuidar bem do coração e da saúde cardíaca, com prevenção e consultas regulares ao médico para acompanhamento de possíveis problemas de saúde. No entanto, essas recomendações acabam soando vagas, e as dúvidas permanecem, afinal, quando ir ao médico e quando realmente é necessário fazer exames cardíacos? É disso que falaremos hoje.
A frequência das consultas ao médico cardiologista ou clínico geral para cuidar do coração pode variar dependendo de fatores como idade, histórico médico pessoal e familiar, presença de fatores de risco cardiovasculares e condições de saúde pré-existentes.
Adultos saudáveis, sem fatores de risco significativos, podem se beneficiar de uma visita anual ao clínico geral para um check-up de rotina. Já pessoas com fatores de risco cardiovasculares, como hipertensão, diabetes, histórico familiar de doenças cardíacas, tabagismo, obesidade, entre outros, podem necessitar de consultas mais frequentes, dependendo de cada caso.
Especialmente após os 40 anos, pode ser apropriado considerar consultas regulares ao cardiologista, mesmo na ausência de sintomas, seja para iniciar uma atividade física, avaliar algum fator de risco familiar, avaliar exames.
Com relação aos exames, existem vários testes para diagnóstico cardíaco que os profissionais de saúde podem recomendar, dependendo da sua condição de saúde, histórico médico e fatores de risco. No entanto, é importante destacar que apenas um médico pode determinar quais exames são necessários com base na sua situação específica. Abaixo estão alguns dos principais exames cardíacos e em que situações podem ser recomendados:
Eletrocardiograma: avalia a atividade elétrica do coração e pode ser realizado como parte de um check-up de rotina, para investigar sintomas cardíacos, ou como parte da avaliação pré-operatória.
Ecocardiograma: um exame de ultrassom que cria imagens em tempo real do coração, avaliando a estrutura e a função cardíaca. Pode ser recomendado em caso de suspeita de doenças cardíacas ou insuficiência cardíaca.
Teste de Esforço (Teste Ergométrico): avalia a resposta do coração ao esforço físico, geralmente em uma esteira ou bicicleta ergométrica. Pode ser indicado para avaliar a presença de doença arterial coronariana, capacidade cardiorrespiratória ou para monitorar pacientes com condições cardíacas conhecidas.
MAPA e Holter: monitoramento contínuo do ritmo cardíaco (holter) e da pressão arterial (MAPA) ao longo de um período prolongado (geralmente 24 horas). É prescrito para investigar arritmias cardíacas intermitentes, ou para investigar hipertensão, por exemplo, quando há suspeita de episódios não detectados em exames de curta duração.
Ressonância Magnética Cardíaca e Tomografia Computadorizada Cardíaca: produzem imagens detalhadas do coração para avaliar sua estrutura e função. Geralmente utilizados para avaliar problemas cardíacos específicos, como cardiomiopatias, defeitos congênitos ou avaliar o dano causado por infartos, por exemplo.
Cateterismo Cardíaco e Angiografia Coronariana: avaliação direta das artérias coronárias para identificar obstruções. Realizado em situações de suspeita de doença arterial coronariana significativa, geralmente após a detecção de sintomas como dor no peito.
Esses são os principais exames, no entanto, em caso de doenças específicas diagnosticadas, é possível realizar demais testes ainda mais específicos, como o ecocardiograma transesofágico, semelhante a uma endoscopia, mas que avalia o coração, por exemplo.
Lembrando que embora todos os exames sejam importantes, não basta sair realizando indiscriminadamente. É crucial discutir com seu médico sobre a necessidade de exames cardíacos com base em sua saúde, histórico médico e fatores de risco. O agendamento de exames deve ser feito com responsabilidade, de maneira personalizada e acompanhada por um profissional de saúde.
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